sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Refletindo sobre o preconceito racial: a professora Célia Aparecida dos Santos (Língua Portuguesa), trabalhou com os alunos o tema preconcieto racial. Um dos resultados dessa reflexão pode ser conferido no texto do aluno Gustavo.

BRASIL: UM PAÍS PRECONCEITUOSO?
 
O preconceito no Brasil parece que está acabando, e no país que nós vivemos índio é respeitado junto com o oriental e o negro. As etnias no Brasil não sofrem discriminações. Bem, se fosse assim estaria muito bom.
Mas não é esse o mundo no qual vivemos. As pessoas julgam as outras pela cor, sua etnia e outras características. Há uma frase de Martin Luther King que diz que não devemos julgar os outros pela cor da pele e sim pelo caráter que eles apresentam e eu concordo com ele, pois aprendi que julgar os outros é errado; até Cristo nos ensina a não julgar as pessoas. Não vamos pensar parecido com o Adolf Hitler e algumas pessoas que achavam que só uma raça é boa, as outras não valem nada e tratar o próximo como um lixo, ou pior, como fizeram os nazistas nos campos de concentração; pois eles tem a mente fraca e não tem respeito ao próximo.
Os casos de racismos acontecem frequentemente em vários lugares, como no futebol, o caso do jogador do Cruzeiro, Tinga, quando ele tocava na bola os torcedores faziam barulho de macaco, ou do goleiro do Santos, Aranha, que foi chamado de macaco durante uma partida em Porto Alegre. Dois casos absurdos! Como estes casos, outros acontecem dia após dia, como com o índio que vem para a cidade vender trabalhos de artesanato e não tem lugar fixo para ficar, por isso fica nas praças e é discriminado; nós falamos que eles tem que ir embora, que o lugar dele é na tribo. O oriental também sofre piadas de péssimo gosto diariamente, falam que todos são iguais, chamam de "japa", etc.
O respeito é essencial para que tenhamos um páis melhor. Somos diferentes, mas cada etnia tem a sua importância na formação do povo brasileiro.
 
                                                             Gustavo Bernardino de Oliveira (9º C) 25/11/2014

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

20 DE NOVEMBRO/2014 - ENTENDA O PORQUÊ DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA


          Talvez você esteja pensando: Consciência negra? Por que precisamos de um feriado para entender que todos merecem respeito? Viva o dia da consciência humana! E eu lhe digo: você está certo. Mas enquanto o Dia da Consciência Humana não chega, aliás, para que esse Dia da Consciência Humana seja uma realidade, é preciso reconstruir nossa visão e nossa forma de pensar sobre o outro, reconhecendo e valorizando as diferenças, encarando-as como um dos pontos fortes do nosso país. Afinal, será que Brasil seria tal como o conhecemos se considerássemos que apenas os descendentes de europeus (brancos) é que contribuiriam na sua formação e no seu desenvolvimento?  E eu lhe pergunto ainda mais: dá para pensar o Brasil ignorando a contribuição dos diferentes povos que aqui vivem? São brancos, são negros, indígenas, orientais, etc. etc.
          Aí, talvez você retruque: mas se é para termos o Dia da Consciência Negra, então também temos de definir o Dia da Consciência Branca, o Dia da Consciência Vermelha (para os índios), o Dia da Consciência Amarela (para os orientais). Até pode ser uma boa ideia, assim, ninguém se sentiria ignorado ou “desrespeitado”, não é?
          Mas, se você me permite, convido-o para me acompanhar durante esse breve raciocínio. Para começar, eu pergunto: quando você pensa em negros, quais são as primeiras ideias ou imagens é que vêm à sua mente? Não, não precisa responder! E eu me atrevo a lhe fazer mais uma pergunta: dessas ideias ou imagens em que você pensou, quantas são positivas, ou seja, quantas delas representam os negros como pessoas comuns, iguais aos brancos, aos orientais?
          Se você pensa como a maioria dos brasileiros (incluindo-se aí também os próprios negros), é capaz de entender o porquê de ainda precisarmos de um Dia da Consciência Negra. E você também há de concordar que um dia é pouco para que possamos parar durante alguns momentos e nos colocar no lugar do outro,  e refletir sobre as reais condições em que vive a maioria da população negra neste país.  Por acaso, você já se perguntou e teve curiosidade de saber:
  •   Por que é que a maioria da população que mora nas favelas é negra?
  •     Por que a maioria dos presidiários é negra ou parda?
  •    Por que é comum que os negros nem apareçam nas telenovelas, nos programas de tv, nos filmes brasileiros? (Será que é por que os negros são tímidos e não gostam de aparecer na telinha nem telona, mas apenas nos noticiários da criminalidade e da violência?)
  •  Por que muitos casais se recusam a adotar crianças negras, mesmo quando são recém-nascidas?
  •  Por que é comum encontrarmos moradores de rua negros e pardos? (Ou você já algum que fosse loiro e de olhos azuis?)
  •  Você acha que os apelidos usados para se referir aos negros têm o mesmo peso que aqueles usados quando se trata de brancos?
  • Por que é que mesmo quando se referem aos negros de forma positiva, muitas pessoas usam um mas, do tipo: Ele é negro (ou ela é negra), mas é trabalhador/a, é honesto/a, é limpinho/a?
  • E mais: imagine a cena em que um policial, fazendo batida, tem de optar por parar um veículo  com um motorista branco ou um com motorista negro. Qual você acha que ele vai parar, hein?!
          Acredito que agora você entende o porquê do Dia da Consciência Negra. E ainda que muitas pessoas brancas ou amarelas não entendam, podemos dizer que essa é uma das poucas oportunidades que a população negra tem de vir a público e denunciar as más condições de vida a que se veem condenadas, simplesmente porque sua cor, sua pele, os seus cabelos, enfim,  o seu biótipo são vistos pela maioria das pessoas como obstáculos, como sinais de inferioridade.
          Assim como Martin Luther King, nós,  os/as negros/as, os/as pardos/as, os indígenas sonhamos com um o momento em que possamos comemorar, porque todos os dias serão O DIA DA CONSCIÊNCIA HUMANA. Nesse dia, nós, os negros, não precisaremos vir a público para reafirmar nossa humanidade, nossa identidade,  para dizer que somos capazes, que somos, sim, brasileiros, porque, primeiramente nossos ancestrais e antepassados, e agora nós ajudamos a construir o Brasil, porque este é o nosso país!
          Também fazemos questão de que os conteúdos escolares não fiquem apenas repetindo que nossos ancestrais foram sequestrados de seu país de origem, que foram escravizados, que isso, que aquilo que aquilo outro. Hoje, amparados pelas Leis 10.639/2003 e 11.645/2008, conquistamos o direito de que a história e a cultura de nossos ancestrais, os africanos, sejam ensinados e aprendidos por todos os alunos. Mas, para que isso ocorra, precisamos contar com sua colaboração, Professor e Professora. Portanto, pense carinhosamente em nós quando forem elaborar seus Planos de Trabalho Docente, suas aulas, quando forem selecionar os autores, as obras, os conteúdos a serem ensinados.
          E, para finalizar, eu lhe digo:  não queremos ser tratados de forma diferente, mas sim, usufruir dos mesmos direitos de todas as pessoas, independentemente de cor de pele, de cabelo, de religião.
          Como disse Bob Marley: Não preciso ter ambições. Só tem uma coisa que eu quero muito: que a humanidade viva unida... negros e brancos todos juntos.
Se você aceita construir conosco esse sonho, acredito que não precisaremos de muitos outros DIAS DA CONCIÊNCIA NEGRA.

Obrigado por ter aceito o desafio de me acompanhar durante esse quase “diálogo”!

                                          Equipe Multidisciplinar do Colégio Estadual Olavo Bilac

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Pajerama: da floresta à selva de pedra. Esse vídeo nos dá a oportunidade de refletir sobre a modernidade, o progresso, a diversidade, a cultura, enfim.

https://www.youtube.com/watch?v=BFzv0UhHcS0

Quando nem tudo é o que parece... Ou seria o inverso?! Só mesmo vendo o vídeo para descobrir!


Lima Barreto refletia em suas obras o preconceito racial, a pobreza, a truculência militar e a hipocrisia que cercavam as relações da sociedade republicana no início do século.


Cada povo cria seus mitos, suas lendas, na tentativa de dar sentido e entender o mundo à sua volta.


Você sabia que o Brasil vai sediar os Jogos Mundiais dos Povos Indígenas? Assista à reportagem e fique por dentro do assunto.


Vamos entender o porquê de os índios pintarem o corpo.

PINTURAS CORPORAIS INDÍGENAS


Por: Amaré Brito
Pintura corporal da etnia Kayapó feita de Genipapo.

Em nosso país nós indígenas estamos presentes em diversos lugares com muitas características iguais, mas cada um com sua história e cultura diferente, essa é a nossa maior riqueza.
Dentre as diversas formas de mostrarmos nossa cultura, uma muito predominante é a pintura corporal. Sempre estamos pintados e, talvez por isso, as pinturas corporais sejam nossos traços culturais mais conhecidos. Mas, você sabe como nossa tinta é feita? O que ela significa?
As nossas tintas para as pinturas tradicionais são feitas das mais diversas formas. A mais conhecida é preparada através do jenipapo (fruta muito apreciada pelos povos indígenas). Ele é retirado verde e seu líquido é extraído, em contato com a pele se transforma em uma tinta preta que se fixa na pele por até duas semanas. É interessante lembrar que essa tinta não sai sem que se passe no mínimo uma semana. Existem etnias que usam a semente de Urucum que solta uma tinta vermelha na pele, há etnias que usam barro e também outras formas de tinta especificas para as pinturas corporais que as vezes são feitas de uma forma especifica para cada grupo, por exemplo a pintura usada nas crianças são diferentes das usadas por adultos, ou ainda etnias que os homens têm uma pintura distintas das mulheres.
Jovem indígena pintado com Urucum

Os significados dessas pinturas são os mais variados onde cada etnia tem suas próprias representações e simbologias. Por exemplo: Temos pinturas que são utilizadas em comemorações, outras são de nossos rituais sagrados. Há aquelas que demonstram nossos sentimentos desde os mais felizes até as de quando estamos revoltados e indignados pelos diversos problemas que enfrentamos, mas o importante é saber que cada povo tem suas pinturas próprias e cada uma dessas pinturas tem um significado único, de acordo com a expressão cultural de cada um desses povos.
http://www.indioeduca.org/?p=1269 

Conforme afirma Viveiros de Castro, "No Brasil, todo mundo é índio, exceto quem não é". Eu me atrevo a completar que, no Brasil, todo mundo também é negro, exceto quem não é.

VOCÊ É INDÍGENA?


Lembro da primeira vez que me perguntaram isso, eu tinha oitos anos, estava na escola brincando e acabei cortando meu joelho. Encontrei próxima a mim uma erva que servia para cicatrização, lavei e coloquei no pequeno ferimento.
Uma coleguinha da mesma idade me olhava assustada e perguntou curiosa: “você é índia? Como sabe que essa planta serve para isso?” Indagou-me. Eu falei que minha avó conhecia as plantas, sempre fazia remédio para as pessoas, gostava de cuidar das pessoas e também rezava as pessoas para elas não ficarem doentes.
Naquela época eu não entendia muito bem porque as pessoas sempre Naquela época eu não entendia muito bem porque as pessoas sempre ficavam surpresas com essa informação, de ser indígena, mestiça ou não. Eu me perguntava por que havia algo diferente no meu mundo que de alguma forma não parecia ser o mesmo mundo dessas pessoas. Porque ficavam tão surpresas? Era sempre motivo de alguma brincadeira ou comoção geral. Vivi grande parte da minha infância e pré-adolescência camuflada na multidão da cidade, mas mesmo assim às vezes surgia essa mesma pergunta: “você é indígena?”, e outras como: “Você é mestiça? Alguém é índio na sua família?”.
Na escola me ensinavam como eram os índios, o que comiam, como viviam e todas essas coisas. Havia sempre alguma piada relacionada à nudez ou aos nossos rituais sagrados. Quando falavam sobre pajelança, parecia tão distante da realidade, sempre algo muito afastado do mundo deles e para mim sempre algo muito próximo, eu acabava corrigindo alguns professores e nesse momento percebiam minha identidade.
Pensando nisso que resolvi escrever esse texto, afinal o que é ser indígena?
Para o não índio é totalmente diferente, a imagem estereotipada ainda prevalece em muitas mentes, como desconstruir isso? Somos motivo de encanto, fascínio e medo. Caminhamos lado a lado nas ruas da cidade e ainda assim somos desconhecidos por essa sociedade. Fazemos parte do mesmo país embora tenhamos diferentes culturas, estamos em todos os lugares, em comunidades ou cidades, carregando no sangue o canto da nossa nação. Não é possível compreender o que é ser indígena, olhando no museu nossos objetos sagrados, nossas fotos, nossas roupas, grafismos, instrumentos, cerâmica, artesanato ou buscando uma pureza racial dos livros de historia. É preciso vivenciar.
Nas salas de aula ao professor é dado esse desafio, nossa educação é através do exemplo, da vivência. Assim educamos e somos educados em nosso dia a dia. É impossível para os alunos compreender o valor de uma cultura sem vivência-lá. O aluno deve primeiramente compreender que ela não está afastada geograficamente, que ela não vive apenas em um lugar e que ela se transforma, não é imutável e sim viva. Ela não é uma cultura, mais muitas culturas e que não somos um povo, mais muitos povos.

Você também ainda pensa que índio é o indivíduo que mora na floresta, vive nu e caça de arco e flecha? "Sabe de nada, inocente?"

Índio mora em oca?!

Será que isso ainda existe? Onde moram hoje? São capazes de morar em apartamento?

        Quinhentos e onze anos atrás, quando a nossa Terra mãe foi invadida, alguns povos indígenas moravam em lugares diferentes: casas feitas de palha, madeira. Cada família tinha sua casa.
        Em pleno século XXI, há quem acredite que índio, para ser índio, tem que morar nessas respectivas moradias (ocas) e em algumas aldeias ainda há famílias que residem nesse tipo de habitação.
        Todavia sabemos que o mundo gira em torno da globalização, e nós, indígenas (assim como qualquer outra pessoa), somos predispostos a aderir a tais avanços se julgarmos necessários para a facilitação de nossas vidas.
        A sociedade brasileira tem mudado com relação as suas moradias, muitos moram em prédios, ou em casas menores e ainda encontramos os ribeirinhos que fazem suas residências em beiras de rios. Muitos de nós, povos indígenas, também vivem nas suas aldeias, em casas de tijolos, cobertas com telhas ou em casas feitas com barro e cobertas com folhas de buriti ou de outras palmeiras. Ainda tem índios que moram em grandes apartamentos próprios ou alugados, em geral em metrópoles, como São Paulo e Rio de Janeiro.
        Assim como cada país ou região tem a sua forma típica de moradia e procuram melhor para o conforto de sua família, assim também somos nós, os povos indígenas, todavia a cultura permanece viva, independente do lugar em que vivemos ou estamos. O que faz o índio ser índio não é a moradia em si, mas a tradição e rituais que se revive a cada dia, as lembranças fortes repassadas de pais para filhos, seja em ocas, casas urbanas ou apartamentos. Uma vez índio, sempre índio.


segunda-feira, 29 de setembro de 2014

“Meu Destino É Ser Onça”
Mito Tupinambá restaurado por Alberto Mussa
A tradição oral dos Tupinambás e de outros povos indígenas falantes do tupi-guarani posta no papel. Esse é o conteúdo da obra "Meu Destino É Ser Onça" (Record, 2008), de um dos maiores escritores brasileiros da atualidade, Alberto Mussa.

A narrativa gira em torno do mito da criação do mundo, e para ser reconstruído, o autor consultou obras de André Thevet, Jean de Léry, Yves D'Evreux, Claude D'Abbeville, Anchieta, Nóbrega e outros grandes nomes da literatura histórica portuguesa. Cada um deles registrou, ao seu modo, parte das crenças dos indígenas à época da colonização. E é essa multiplicidade de olhares que enriquece a presente obra.

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Falar sobre preconceito racial no Brasil parece ser um assunto batido e, para tantos, ultrapassado. Infelizmente, a recusa em tratar do tema já é sinal do quanto o racismo está arragaido no imaginário coletivo e na "cultura" brasileira.
 
Esse vídeo, é mais uma oportunidade de "tocarmos na ferida", de abandonar de vez a falácia da tão cantada "democracia racial".

domingo, 31 de agosto de 2014

Com letras que denunciam o esquecimento, a perseguição e a repressão da cultura dos índios no Brasil, o grupo de rap Brô Mc's, formado por índios da da etnia Guarani Kaiowá, cria rimas em guarani e português.
 
"A sociedade não aceita nossa cultura e nossa identidade", afirma Adany Muniz, um dos integrantes do grupo.
 

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Choro Carinhoso - Autor Pixinguinha.....

Mestre Robson Miguel



Mawaca - Cantos da Floresta....

Cantos da Floresta é o nome da turnê do grupo Mawaca por 6 cidades da Amazônia com encontros com diferentes povos indígenas brasileiros. Direção: Edu Pimenta, Coordenação Geral: Magda Pucci, Produção: Ethos Produtora, Patrocínio: Petrobrás, Realização: Ministério da Cultura.
                             

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Coleção de Livros sobre História da África, à disposição para download gratuito. É só acessar o link.
http://www.unesco.org/new/pt/brasilia/about-this-office/single-view/news/general_history_of_africa_collection_in_portuguese-1/#.U_Z1d_nIY1Y

terça-feira, 19 de agosto de 2014

Poetas Negros


Léopold Sédar Senghor
1906—2001
Certo dia, eu saía para trabalhar quando a vizinha me chamou:
         — Espere, Ieda. O Dr. Fulano vai para o Campo Grande e pode lhe dar uma carona.
         O Dr. Fulano era um senhor grisalho, muito cheio de mesuras e gentilezas.
         — Professora, estou encantado em conhecê-la. Soube que a senhora sabe tudo sobre a África.
         — Ninguém sabe tudo sobre nenhum assunto — retruquei.
         Mas ele não deu nenhuma importância à minha interrupção porque, de fato, aquilo era um mero preâmbulo à cretinice que veio logo em seguida.
         — Já que a senhora sabe tudo sobre a África, não acha que, sendo o cérebro do negro comprovadamente menor do que o do branco, ele é, naturalmente, menos inteligente?
         Confesso que me senti tão irritada quanto vocês estão se sentindo agora, ao ler esta idiotice. Mas parece que o velho Oxalá jogou o seu alá sobre mim e eu permaneci bastante calma, respondendo com outra pergunta:
         — O senhor já ouviu falar em Léopold Senghor?
         — Não, nunca ouvi.
         Então eu comecei a falar sobre Léopold Sédar Senghor, africano, filho de pai e mãe africanos (porque se for mestiço eles dizem que a inteligência vem do lado branco). Contei como Senghor, muito jovem, lecionou francês, na França, aos franceses. Que ele era membro da Academia Francesa de Letras, vencendo todos os escritores franceses que competiram com ele. Que ele era traduzido para o alemão, o japonês, o inglês e até para o português. Que ele era Doutor em Honoris Causa em mais de 20 Universidades do mundo inteiro, que havia ganho mais de 15 prêmios internacionais de poesia... E, como se tudo isso não bastasse, era um grande estadista, respeitado no mundo inteiro.
         Chegando ao nosso destino, mais ou menos uns dez minutos depois, o Dr. Fulano admitiu:
         — A senhora me convenceu.
         Ao que respondi, com ironia:
         — E com um crioulo só.
 
 
Dois Poemas de Senghor... com gostinho de quero mais.

MULHER NEGRA
   Tradução de Guilherme de Souza Castro*

Mulher nua, mulher negra
Vestida de tua cor que é vida, de tua forma que é beleza!
Cresci à tua sombra; a doçura de tuas mãos acariciou os meus olhos.
E eis que, no auge do verão, em pleno Sul, eu te descubro,
Terra prometida, do cimo de alto desfiladeiro calcinado,
E tua beleza me atinge em pleno coração, como o golpe certeiro
de uma águia.
Fêmea nua, fêmea escura.
Fruto sazonado de carne vigorosa, êxtase escuro de vinho negro,
boca que faz lírica a minha boca
savana de horizontes puros, savana que freme com
as carícias ardentes do vento Leste.
Tam-tam escultural, tenso tambor que murmura sob os dedos
do vencedor
Tua voz grave de contralto é o canto espiritual da Amada.
Fêmea nua, fêmea negra,
Lençol de óleo que nenhum sopro enruga, óleo calmo nos flancos do atleta,
nos flancos dos príncipes do Mali.
Gazela de adornos celestes, as pérolas são estrelas sobre
a noite da tua pele.
Delícia do espírito, as cintilações de ouro sobre tua pele que ondula
à sombra de tua cabeleira. Dissipa-se minha angústia,
ante o sol dos teus olhos.
Mulher nua, fêmea negra,
Eu te canto a beleza passageira para fixá-la eternamente,
antes que o zelo do destino te reduza a cinzas para
alimentar as raízes da vida.
 
 
 
VISITA

Na escassa penumbra da tarde,
sonho.
Vêm me visitar as fadigas do dia,
os defuntos do ano, as lembranças da década,
como uma procissão dos mortos daquela aldeia
perdida lá no horizonte.

Este é o mesmo sol, impregnado de miragens
o mesmo céu que presenças ocultas dissimulam
o mesmo céu temido daqueles que tratam
com os que se foram

Eis que a mim vêm os meus mortos.
Disponível em: http://www.quilombhoje.com.br/ensaio/ieda/senghor.htm
 
 

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Vídeo para refletir sobre uma prática de ensino centrada unicamente numa perspectiva eurocêntrica de história e cultura.


sexta-feira, 15 de agosto de 2014

FILME: Vista Minha Pele....

"Vista a Minha Pele" é uma divertida paródia da realidade brasileira. Serve de material básico para discussão sobre racismo e preconceito em sala de aula.


FILME: Indomável Sonhadora.....

Sinopse:
Hushpuppy tem seis anos e vive no delta de um rio na Louisiana, em uma comunidade isolada, com seu pai Wink. Sua mãe desapareceu há algum tempo. Quando uma tempestade levanta as águas ao redor de seu vilarejo, Wink subitamente adoece. Logo a natureza se altera e criaturas pré-históricas despertam de suas sepulturas congeladas, os aurochs. Ela vê seu harmônico universo em colapso. Enquanto luta para sobreviver a catástrofe, a pequena heroína decide ir a procura de sua mãe.
para assistir o filme:     http://www.filmesonlinegratis.net/assistir-indomavel-sonhadora-dublado-online.html

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

O melhor da música Africana.....



O Mito Da Criação Yorubá....


 


O Povo de Israel não são os Israelitas da bíblia


Quem são os verdadeiros israelitas? Quem são os Judeus? Quem são os Edomitas, os Amalequitas e os Gentios?
Há dois mil anos atrás, no nordeste africano, em um país chamado Yisrael, viveu um povo conhecido pelo mesmo nome. Este povo era o povo israelita, o mesmo povo mencionado na bíblia.
O povo israelita era composto de 12 tribos e nenhum dos povos destas tribos foi chamado em nenhum momento de “judeu”. O quarto filho de ya’acov (jacó) se chamava yahudah (judá) e seus descendentes eram chamados de Yahudim. Em português, a palavra correspondente a Yahudim é Judaítas, e não Judeus.
Os povos antigos nunca viram israelitas brancos, nunca chamaram os israelitas de judeus e nunca conheceram um povo chamado Judeu. O povo que hoje é conhecido como judeu, era chamado de edomita porque são descendentes de Esav / Edom.
Há 3 categorias de judeus:
1) Edomitas / Sephardim (Sefarditas) – Eram descendentes de Edom / Esav (Esaú), que foram os primeiros judeus, os judeus orientais que invadiram Shomerom (Samaria);
2) Amalequitas – Eram descendentes de Amalek, que era neto de Edom. Estes são os banqueiros de hoje, aqueles que além de comandarem a mídia universal, incluindo a TV e a Imprensa, o sistema político e religioso, o sistema de educação, de alimentação, de saúde, a indústria da guerra, da música e do cinema, dominam também toda a economia mundial. Entre eles estão a família Rothschild, a família Rockefeller, a família Real Britânica e os participantes do Bilderberg Group ou Clube de Bilderberg. As pessoas mais ricas, influentes e poderosas do mundo, atualmente;
3) Ashkenazim – descendentes de Yaphet (Jafé) por parte de seu filho Togarma (gênesis 10:2-5), que é o patriarca dos turcos, mas se autodenominam Asquenazi porque Yirmeyahu (Jeremias) profetizou que Asquenaz e seus aliados conquistariam a Babilônia (Jeremias 51:27), portanto, os Ashkenazim são europeus, ou seja, SÃO GENTIOS e a única relação que eles têm com os hebreus é que se misturaram com os edomitas (descendentes de Esaú / Edom), mas não são descendentes de Ya’aqov (Jacó), então, NÃO SÃO ISRAELITAS.
Nenhum dos conhecidos como judeus hoje em dia são os israelitas ou povo de Israel mencionados na bíblia.
Pensando e refletindo
Quem são os gentios e o que a bíblia fala sobre os gentios (Não considerar Paulo que nem apóstolo foi, mas as próprias palavras de deus e de Jesus).
O que aconteceu com os verdadeiros israelitas? Pra quem estudou realmente a bíblia fica fácil descobrir, analisando a sua aparência, dada pela própria bíblia:

“Não me sois, vós, ó filhos de Israel, como os filhos dos etíopes? diz o Senhor: Não fiz eu subir a Israel da terra do Egito, e aos filisteus de Caftor, e aos sírios de Quir?” Amós 9:7

“Porque eu sou o Senhor teu Deus, o Santo de Israel, o teu Salvador; dei o Egito por teu resgate, a Etiópia e a Seba em teu lugar.” Isaías 43:3

Os verdadeiros israelitas ERAM NEGROS e segundo algumas fontes foram capturados e trazidos para o ocidente, como escravos, em navios negreiros, durante o tráfico transatlântico e, quando chegaram aqui, seus nomes originais hebraicos foram substituídos por nomes ocidentais, cristãos ou judeus, e foram proibidos de manter sua crença. Os negros americanos estão investigando e tentando descobrir as suas origens, de onde vieram e os motivos pelos quais foram escravisados. Se são eles os reais israelitas não é importante. O fato é que os verdadeiros israelitas ERAM NEGROS e tinham uma aparência totalmente diferente dos chamados judeus. Só pelo fato de estarem questionando e procurando conhecer a si mesmos já merecem o meu respeito.

Em 2004, Jesus foi eleito o maior ícone negro de todos os tempos, pelo jornal New Nation, o que levou a um debate sobre a cor de sua pele.
“Apesar de as representações comuns, nas culturas ocidentais, do jesus loiro, de olhos azuis e visual hippie, todas as evidências apontam para o fato de que jesus não poderia ter sido de extração escandinava e certamente era um irmão de cor”, disse o jornal.

REFERÊNCIAS
http://news.bbc.co.uk/2/hi/3958241.stm
http://www.thelawkeepers.org/africo.htm

https://www.youtube.com/watch?v=6MknKDFKhh8

Nós, da Equipe Multidisciplinar do Colégio Olavo Bilac de Sarandi-Pr, criamos o blog com o objetivo de propor a divulgação e produção de conhecimentos, a formação de atitudes, posturas e valores que eduquem cidadãos orgulhosos de seu pertencimento étnico-racial, descendentes de africanos, povos indígenas, descendentes de europeus, de asiáticos, capazes de  interagir na construção de uma nação democrática, em que todos, igualmente, tenham seus direitos garantidos e sua identidade valorizada.