terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Nas Ondas dos Cabelos Dela - Documentário

Este documentário busca uma reflexão sobre como julgamos ou como definimos os cabelos negros, conhecidos popularmente como afro, crespos, cacheados ou ondulados. 
O que nos leva a crer que são cabelos ruins? Em que momento de nossa educação familiar nos deparamos com dificuldades? A mídia é a principal responsável pelo modelo de beleza ideal? 
Em uma sequência muito interessante os entrevistados respondem suas opiniões, que ao decorrer do documentário, consegue-se identificar vários fatores responsáveis pelo preconceito capilar, ou melhor, racial. 
Assista e tire suas conclusões. Antes de concluir, responda:
- Cite 3 atrizes com o cabelo crespo.

Entrevistados:
Ana Paula Lacerda | Thaynara Marçal | Nathália | Nary Farias | Yasmin Souza | Edvanilson Guimarães | Gustavo Ribas | Gabriel Rodrigues | Rinaldo Souza | João Carlos

Roteiro, Edição, Produção e Filmagens: Jouber Nabor

Estética e Cabelos Cacheados e Crespos: Espelho, Espelho Meu!

"Através de depoimentos, o documentário "Espelho, espelho meu", produzido por Elton Martins, aborda representações afro-estéticas no período juvenil. Mães, crianças e adolescentes: todos falam um pouco de suas experiências com os seus cabelos e sobre suas escolhas pessoais. Além disso, o vídeo conta com a participação do historiador Antônio Cosme que norteia o tema ao destrinchar o processo de construção de identidade. 

O historiador fala, também, que a realidade é quase o oposto do que deveria ser. Ele explica as expressões identitárias atuais e as define como consequências da alteridade, da relação étnica-racial brasileira. 
Depoimentos de adultos (homens e mulheres), adolescentes e crianças são usados no documentário como confirmações do que fala o historiador. 

O vídeo tem logo na introdução uma mulher negra se produzindo em frente ao espelho, com música de fundo. Em seguida, Antônio Cosme abre o documentário com o primeiro depoimento. A fotografia faz jus a temática: apresenta pessoas que usam cabelo no estilo "black power" ou com trança enfeitadas, por exemplo, em contraponto a cultura reinante do cabelo liso. Músicas também são inclusas: algumas instrumentais e outras cujas letras coincidem com o assunto do doc."

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Ecos da Escravidão - Caminhos da Reportagem

Publicado em 14 de mai de 2015
Fosse nos engenhos de açúcar, nas lavouras de café ou na mineração, o serviço pesado estava nas mãos dos cativos.  Caminhos da Reportagem traça o longo e difícil caminho do cativeiro à abolição, a luta pela liberdade, as formas de alforria, os principais abolicionistas. Ainda analisa uma polêmica: é possível ou não reparar os males deixados à população negra por anos e anos de trabalho escravo?


http://tvbrasil.ebc.com.br/caminhosda...

Caminhos da Reportagem: Racismo na Escola

Quando a falta de respeito e o preconceito estão presentes na educação.

Neomísia Silvestre, jornalista, adora seus cabelos crespos e cor-de-rosa. Mas ainda ouve críticas no meio da rua.
Thaiane Almeida, produtora de moda, exibe um coque de tranças, descolorido, cheio de estilo. Também não passa despercebida quando circula na cidade.
O cabelo é só um acessório que leva alunos e professores a sofrer preconceito.
Juarez de Paula Xavier, professor universitário que foi chamado de "macaco" em pichação na Unesp (Bauru - SP)Juarez de Paula Xavier, professor universitário que foi chamado de "macaco" em pichação na Unesp (Bauru - SP)Caminhos da Reportagem apresenta demonstrações de racismo entre os muros da escola. Nas salas da educação infantil à universidade, o programa mostra que a cor da pele ainda é alvo de agressão e desrespeito.
Já parou para pensar que a história dos africanos não é só a escravidão? A lei 10.639 obriga o ensino sobre história e cultura afro-brasileira. Mas a grande maioria dos livros e escolas prioriza a história dos europeus e americanos, deixando à população africana o já conhecido lugar da invisibilidade.
Roteiro e Reportagem: Luana Ibelli 
Produção: Aline Beckstein, Luana Ibelli Thaís Rosa
Estagiários de produção: Allan Correia eMonique Amorim
Imagem: João Marcos Barboza
Edição de imagens: Jéssica Saccól Rodger Kenzo
Direção: Bianca Vasconcellos

Aos 8 anos, Lucas foi chamado pela direção da escola. A diretora queria saber se o garoto gostava do cabelo que ele orgulhosamente apresentava: tipo black power.

Roteiro e Reportagem: Luana Ibelli 
Produção: Aline Beckstein, Luana Ibelli Thaís Rosa
Estagiários de produção: Allan Correia eMonique Amorim
Imagem: João Marcos Barboza
Edição de imagens: Jéssica Saccól Rodger Kenzo
Direção: Bianca Vasconcellos
Fonte: http://tvbrasil.ebc.com.br/caminhosdareportagem/episodio/racismo-na-escola#media-youtube-1 

domingo, 22 de novembro de 2015

Racismo reverso:Não existe racismo de negros contra brancos porque este é um sistema de opressão. Negros não possuem poder institucional para serem racistas.

FALAR EM RACISMO REVERSO É COMO ACREDITAR EM UNICÓRNIO
                                                                                                             Por Djamila Ribeiro
   
          Em quase todas as discussões sobre racismo, aparece alguém para dizer que já sofreu racismo por ser branco ou que conhece um amigo que sim. Pessoa, esse texto é para você.
          Não existe racismo de negros contra brancos ou, como gostam de chamar, o tão famigerado racismo reverso. Primeiro, é necessário se ater aos conceitos. Racismo é um sistema de opressão e, para haver racismo, deve haver relações de poder. Negros não possuem poder institucional para serem racistas. A população negra sofre um histórico de opressão e violência que a exclui.
          Para haver racismo reverso, deveria ter existido navios branqueiros, escravização por mais de 300 anos da população branca, negação de direitos a essa população. Brancos são mortos por serem brancos? São seguidos por seguranças em lojas? Qual é a cor da maioria dos atores, atrizes e apresentadores de TV? Dos diretores de novelas? Qual é a cor da maioria dos universitários? Quem são os donos dos meios de produção? Há uma hegemonia branca criada pelo racismo que confere privilégios sociais a um grupo em detrimento de outro.
          Em agosto deste ano, Danilo Gentili quis comparar o fato de ser chamado de palmito com o fato de um negro ser chamado de carvão. E disse ser vítima de racismo, mostrando o quanto ignora o conceito. Ser chamado de palmito pode até ser chato e de mau gosto, mas racismo não é. A estética branca não é estigmatizada. Ao contrário, é a que é colocada como bela, como padrão. Danilo Gentili cresceu num País onde pessoas como ele estão em maioria na mídia, ele desde sempre pôde se reconhecer. Pode até ser chato, mas ele não é discriminado por isso. Que poder tem uma pessoa negra de influenciar a vida dele por chamá-lo de palmito? Nenhum.             Agora, um jovem negro pode ser morto por ser negro, eu posso não ser contratada por uma empresa porque eu sou negra, ter mais dificuldades para ter acesso à universidade por conta do racismo estrutural. Isso sim tem poder de influenciar minha vida. Racismo vai além de ofensas, é um sistema que nos nega direitos.
          Gentili com esse discurso de falsa simetria só mostra o quanto precisa estudar mais. Não se pode comparar situações radicalmente diferentes. Quantas vezes esse ser foi impedido de entrar em algum lugar por que é branco? Em contrapartida, a população negra tem suas escolhas limitadas. Crianças negras crescem sem auto-estima porque não se veem na TV, nos livros didáticos. Mesmo raciocínio se aplica às loiras que são vítimas de piadas de mau gosto ao serem associadas à burrice.
          É óbvio que se trata de preconceito dizer que loiras são burras e isso deve ser combatido. Mas não existe uma ideologia de ódio em relação às mulheres loiras, elas não deixaram de ser a maioria das apresentadoras de TV, das estrelas de cinema, das capas de revistas por causa disso. Não são barradas em estabelecimentos por serem brancas e loiras. Sofrem com a opressão machista, sim, mas não são discriminadas por serem brancas porque o grupo racial a que fazem parte é o grupo que está no poder. Há que se fazer a diferenciação aqui entre sofrimento e opressão. Sofrer, todos sofrem, faz parte da condição humana, mas opressão é quando um grupo detém privilégios em detrimento de outro. Ser chamado de palmito é ruim e pode machucar, mas não impede que a pessoa desfrute de um lugar privilegiado na sociedade, não causa sofrimento social.
          Uma amiga, na infância, uma vez, não deixou que eu e meus irmãos entrássemos na sua festa, apesar de nos ter convidado, porque seu tio não gostava de negros. E nos servia na calçada da casa dela até que, indignados, fomos embora. Alguma pessoa branca já passou por isso exclusivamente por ser branca?
Muitas vezes o que pode ocorrer é um modo de defesa, algumas pessoas negras, cansadas de sofrer racismo, agem de modo a rejeitar de modo direto a branquitude, mas isso é uma reação à opressão e também não configura racismo. Eu posso fazer uma careta e chamar alguém de branquela. A pessoa fica triste, mas que poder social essa minha atitude tem? Agora, ser xingada por ser negra é mais um elemento do racismo instituído que, além de me ofender, me nega espaço e limita minhas escolhas. Vestir nossa pele e ter empatia por nossas dores, a maioria não quer. Melhor fingir-se de vítima numa situação onde se é o algoz. Esse discursinho barato de “brancofobia” quando a população branca é a que está nos espaços de poder faz Dandara se remexer no túmulo.
          Não se pode confundir racismo com preconceito e com má educação. É errado xingar alguém, óbvio, ser chamado de palmito é feio e bobo, mas racismo não é. Para haver racismo, deve haver relação de poder, e a população negra não é a que está no poder. Acreditar em racismo reverso é mais um modo de mascarar esse racismo perverso em que vivemos. É a mesma coisa que acreditar em unicórnios, só que acreditar em cavalos com chifres não causa mal algum e não perpetua a desigualdade.
          Esse vídeo de Aamer Rahman explica muito bem:

Geledés http://www.geledes.org.br/falar-em-racismo-reverso-e-como-acreditar-em-unicornios/#ixzz3sEkl2GYd 

Carolina de Jesus: uma mulher reflexiva, crítica e poética




sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Menina do Cabelo Crespo, letra e música de Marcelo Serralva

Nessa música para crianças, Marcelo Serralva ressalta a beleza dos cabelos crespos. A única ressalva que fazemos é em relação ao uso do termo "armado", no refrão: "Cabelo encaracolado / Cabelo crespo e 'armado' / O seu cabelo / é tão lindo enrolado". Isso porque a palavra "armado" tem uma conotação pejorativa. Mais adequado é substituí-la por "volumoso". Fica a dica. 


Curta-metragem (animação): A Menina e o Tambor


quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Gritaram-me negra, de Victoria Santa Cruz

A construção da consciência de que somos, de fato, negros/as é um processo complexo. Primeiramente, passamos pela fase da não aceitação, de tentar embranquecer de alguma forma. Nos adequamos a um padrão, nos escondemos do mundo. Depois vem a consciência de nossa luta, de nos enxergarmos como atores sociais. Aí surge o orgulho. Gritamos pro mundo NEGRA/O! SIM, SOU NEGRA/O! Então partimos pra vida como se despertássemos pra um outro mundo. Identidade, ancestralidade, história. Minha vida. Lindo poema de Victoria Santa Cruz.


Para você que insiste em fingir que "no Brasil não há racismo", recomendamos que nos ceda alguns minutos do seu precioso tempo para ver esse vídeo. Quem sabe assim você se convence da realidade e para de acreditar de vez no mito da democracia racial. Chega de cultura de negação do racismo!


domingo, 18 de outubro de 2015

Dicas de livros infantis para celebrar a cultura afro-brasileira

Uma das qualidades da boa literatura é a sua capacidade de nos fazer entrar em contato com diferentes culturas a partir das suas histórias, conhecendo alguns elementos que compõem a identidade de um povo. Além de nos aproximar de hábitos, valores e costumes, alguns livros nos permitem adentrar o diverso, o estranho, aquilo que não compreendemos e que precisamos acessar, se quisermos ampliar o nosso olhar e vermos o mundo como um espaço de liberdade e convivência entre os diferentes.
Esse é o mote dessa seleção organizada pela nossa equipe. Nela, escolhemos obras especiais: coletâneas de narrativas provenientes da tradição oral de diferentes povos africanos, biografias de importantes líderes e pequenos contos que abordam a questão da identidade da criança afro-brasileira de maneira sensível e inteligente.
Boa leitura!


 O escritor, sociólogo e pesquisador das religiões Reginaldo Prandi rememora a vocação dos dezesseis príncipes do destino, os odus, que segundo a tradição iorubá, são os responsáveis por guiar os destinos de seus protegidos e por guardar todas as histórias do mundo. Com narrativas envolventes semelhantes a dos relatos orais, os dezesseis odus convocados pelo Ifá, o Senhor dos Destinos, para dezesseis reuniões contam as histórias acontecidas entre os orixás e as dos seus auxílios ou castigos aos humanos. Quase sempre as reuniões são regidas por mais de um odu e terminam em banquete. Entre as histórias, destacamos a do Príncipe Infeliz, Obará, o odu da riqueza inesperada, contada na segunda reunião. Abrindo cada capítulo, estão as ilustrações de Paulo Monteiro que geralmente representam expressivamente as figuras dos orixás devidamente paramentados. A introdução e o texto final de Prandi são importantes para compreendermos algo da mitologia iorubá e do seu desdobramento na cultura brasileira.
“Iemanjá aceita os presentes e se acalma. Mas não passa muito tempo e alguém perde a vida nas águas de Iemanjá. A mãe do mar leva para seu seio profundo o filho do pescador, afoga em suas ondas o imprudente nadador. Em algum lugar da vastidão da Terra, em alguma praia, em algum mar, alguém está roubando os filhos peixes de Iemanjá. Em troca ela leva para sua companhia algum filho humano.” (pp. 72-3)

Existe, na África, uma árvore que causa assombro aos que a conhecem. Chegando a medir até 45m de largura e 30m de altura, ela pode viver mais de seis mil anos. Conhecida como adansônia no Brasil, essa árvore serve de inspiração para diversas lendas em toda a África. Heloise Pires Lima escolheu dois autores e uma ilustradora desse continente para contar a forte relação da árvore com a cultura africana. Georges Gneka, de Moçambique, apresenta a lenda da origem do Baobá, como a espécie é conhecida no país, e comenta sobre a influência desse traço da cultura africana em sua obra. Mário Lemos fala da relação intrínseca da árvore com as tradições culturais do país, principalmente na Costa do Marfim, onde a árvore ganha o nome de Embondeiro. Véronique Tadjo se inspira na arte africana para compor ilustrações de cores quentes e traços rupestres, numa mistura de arte das cavernas e traços infantis que despertará interesse imediato nas crianças que folhearem o livro. Utilizando recursos da tradição oral, como onomatopeias e palavras simples, o livro leva o leitor a conhecer um pouco mais da cultura africana e o incentiva a aprender algumas palavras ao espalhar o vocabulário ao longo das páginas. As crianças brasileiras não só se encantarão com os contos, as lendas e as curiosidades da adansônia, como também vão se divertir aprendendo jogos inventados com as sementes da árvore e que são comumente jogados pelas crianças africanas.
“Até hoje dizem que os galhos do baobá, voltados para o alto, parecem braços que continuam a se queixar e a implorar melhorias para o Criador. E o Criador, ao olhar para o baobá, enxerga a África.” (p. 17) 



 Este é o primeiro livro para crianças de Sylviane A. Diouf, estudiosa da cultura africana, inspirado em parte nas histórias que conta para seu filho. Bintou é uma garotinha que tem dois sonhos: que os passarinhos façam ninhos em sua cabeça e que seus quatro coques sejam transformados em tranças com conchinhas e pedras coloridas. Na sua comunidade, apenas as moças e mulheres podem usar tranças – que expressam a beleza do feminino. Além disso, os mais velhos são muito importantes na transmissão das histórias e na realização dos rituais. As ilustrações, com cores vívidas, desenham para o leitor, a partir do olhar observador de Bintou, a comunidade e seus costumes, os anseios do mundo animado da pequena e o modo afetuoso como os grandes acolhem-na.
“Há muito tempo, existiu uma menina chamada Coumba que só pensava no quanto era bonita”, vovó diz enquanto afaga minha cabeça. “Todos a invejavam, e ela foi se tornando uma menina vaidosa e egoísta. Foi nessa época, e por isso, que as mães decidiram que as crianças não usariam tranças, só birotes, porque assim elas ficariam mais interessadas em fazer amigos, brincar e aprender.” (p. 11)

 Este é o primeiro livro do autor californiano, escrito em português, baseado na sua experiência dos tempos em que lecionou inglês no Chade. O protagonista chama-se Tomás. Ele, como toda a sua comunidade, aguarda a chuva que florescerá a mangueira. As ilustrações, complementando o texto, apresentam a paisagem seca e quente e a ausência de estradas pavimentadas dessa região com tons de laranja e marrom, mostram que os habitantes têm o costume de carregar objetos na cabeça – seja um livro, uma cesta, uma garrafa. Há outro florescimento que acontece com a queda da chuva: o da imaginação de Tomás, que passa a recolher materiais para construir um carrinho de mão. Quando as mangas estão quase maduras, Tomás pede a ajuda ao pai para fabricar o brinquedo. Quando é o tempo da colheita, é o tempo de Tomás brincar. James Rumford nos chama a ver a dura realidade desse país e o poder da imaginação de seus habitantes acontecendo juntos.
“Vem um pouco de chuva, floresce a mangueira. Vem uma pequena ideia, floresce a imaginação” (p. 3)

 O historiador Joel Rufino dos Santos reconta sete histórias de negros do Senegal, do Máli, do Maranhão e da Bahia. São histórias marcadas por muitos reveses e acontecimentos surpreendentes – em que a mão do narrador segura os fios necessários a prender a atenção do leitor. Muitas delas têm um caráter mítico, como a dos deuses Isis e Osíris, a do surgimento do primeiro bumba-meu-boi, a do caso que deu o nome de Bonsucesso dos Pretos à uma cidade do Maranhão e a da fundação do Mali. É claro que algumas dessas histórias, principalmente as daqui, falam da vida dos negros nos tempos da escravidão ou de um pouco depois da Lei Áurea. Entre elas estão a incrível história de superação do pioneiro Luís Gama e a do artesão Gabriel que guiado por uma voz constrói e enfeita a “Casa da Flor”. Os desenhos das personagens em preto e branco, com seus traços delicados, colocam em primeiro plano a força das personagens negras e lembram muitas vezes a face dupla do deus Janus.
“A casa de Gabriel começou a ser chamada ‘Casa da Flor’. As paredes eram cobertas de flores. Flores de pedra, de cacos. Vinha gente de longe espiar. Se admiravam que um operário de salina, filho de seu Benevenuto, que foi escravo, fizesse coisa tão bela. Ele olha as pessoas com mansidão.” (p. 43)

 Passeando pelo imaginário africano, a autora, por meio de histórias contadas pela personagem Preta, aborda questões ligadas às africanidades. De modo crítico, a autora discute temas, tais como igualdade e diferença, continente africano, tráfico negreiro, preconceito racial etc. Apresenta ainda mitos, fala sobre os griots, os contadores de histórias “oficiais” e sobre o candomblé. Os temas, abordados de modo cuidadoso, expõem a importância da cultura negra, contextualizando sua presença na realidade brasileira. O livro é ilustrado por Laurabeatriz, representando de modo certeiro as narrações de Preta.
“Como é o ser negro que aprendi na escola? Lembro-me do retrato de um homem amarrado,com a calça abaixada, apanhando num tronco. Essa era uma imagem que aparecia repetidamente nos livros escolares. Por que mostravam sempre a mesma figura negra totalmente dominada?” (p. 53)
 Histórias de Ananse é um livro que, ao modo das fábulas, nos narra a origem e a organização das coisas do mundo. Por meio de contos trazidos da tradição oral africana, o livro é conduzido pela aranha Ananse. Astuciosa, ela se envolve em tramas que, em momentos de dificuldades, são resolvidas por sua astúcia, ora levando vantagem, ora se prejudicando. As histórias, modo de transmissão de conhecimento às próximas gerações na tradição africana, sempre carregam valores de conduta, no entanto sem ser moralistas. Ao final, o livro conta com textos definindo quem é Ananse e seu papel na cultura africana, além de uma receita de prato típico da região. As ilustrações de Baba Wagué Diakité, com seus traços fortes e suas cores intensas, nos remetem às pinturas do pintor Paul Gauguin.
“A cantoria seguiu durante muito tempo. Foi demais para o orgulho do fazendeiro e, como não dava para sumir, Ananse fez o que pôde: galgou as paredes até o teto para esconder sua vergonha. Desde aquele dia, as aranhas fazem ninhos nos cantos das casas.”(p. 16)

 Reginaldo Prandi é hoje um dos grandes estudiosos da cultura afro-brasileira. Entre seus trabalhos, o livro Ifá, o Adivinho apresenta ao jovem leitor a possibilidade de conhecer algumas das belas histórias trazidas pelos escravos ao Brasil. Ilustrado pelo artista plástico Pedro Rafael, o livro é composto porde 11 contos em que asos personagens são orixás, deuses africanos responsáveis pela criação do mundo. Ifá é ao personagem que participa de várias histórias narradas no livro e tem o poder de auxiliar as pessoas por meio da leitura dos búzios. Uma das histórias conta que o guerreiro Ogum, que tinha o saber de manusear o ferro, comete um sério engano contra os moradores de sua cidade e decide se isolar na floresta em sinal de arrependimento. Segundo Ifá, Ogum retorna algum tempo depois, para a alegria do povo.
“Muitas embaixadas foram à procura de Ogum para convencê-lo a voltar à forja, mas ele sempre se recusou.” (p. 35)
 Os autores africanos estão cada vez mais entre o público brasileiro. Isso é uma maravilhosa notícia! Em especial aqueles que escrevem em Língua Portuguesa. É o caso de José Luandino Vieira, senhor de seus quase oitenta anos e que finalmente temos o prazer de ler por aqui. Sua história se confunde com a própria história de Angola, apesar de ter nascido em Portugal. No país africano, militou na política, foi preso diversas vezes e sua obra traz as discussões e dimensões das lutas de maneira fabulística para as crianças. Nessa preciosa e curtíssima narrativa, o kaxinjengele não sabe bem o que significa ter o poder, mas o povo vai saber dar uma boa resposta a ele. As ilustrações também do autor são quase incidentais e, ao não dar rosto aos personagens, aguça ainda mais a curiosidade de saber que figuras, afinal, são essas que contam tão curta e intensa história.
"E veio o tal dia. 'Kaxinjengele!' – disseram o povo – 'temos vontade de te dar o poder. Votamos!' Disse ele logo-logo: 'Que seja já hoje!' (Livro sem numeração nas páginas)

 Alain Serres recria a trajetória de Nelson Mandela da infância até o momento em que se tornou o primeiro presidente negro na África do Sul. O texto, poético, de Serres procura enfatizar as ações de resistência de Mandela também dentro das penitenciárias como o incentivo à leitura, as cartas cifradas que ele enviava ao partido, a denúncia pelo abuso de autoridade na prisão, as reuniões com os jovens presos políticos. De forma sutil, noticia também algumas das manifestações em todo o mundo pela libertação de Mandela. As ilustrações de Zau para os períodos fora da cadeia são coloridas enquanto as dos anos de 1962 a 1990 – em que Mandela foi transferido para vários presídios – são imagens em tons bege, preto e branco. Há ainda ao final do livro a seção “Para compreender melhor” que expõe algumas características da África do Sul e apresenta uma cronologia da vida de Nelson Mandela.
“Da mesma forma que o vento do oceano adentra por entre as barras de aço, livros penetram pouco a pouco na prisão. Mandela lê muito. Estuda. (...) Para escrever a palavra liberdade, Mandela explica que é preciso conhecer todo o alfabeto.” (p. 28)
 Palmas para Ana Maria Machado! Com extrema graça e delicadeza, a autora nos apresenta uma menininha negra “linda linda”, com olhos de azeitona e cabelos de noite. Essa fada do luar encanta os leitores e também o coelho branco que não se cansa de perguntar qual o segredo para ela ser tão pretinha. Entre as respostas engraçadas da menina, o coelho finalmente entende que a cor vem da genética: a mãe, a avó e, assim, vai seguindo a genealogia até perder de vista os parentes... Então, o coelho trata logo de arrumar uma coelha pretinha para poder procriar e ter muitos filhotes de muitas e diferentes cores: branco bem branco, branco meio cinza, branco malhado de preto, preto malhado de branco e até uma bem pretinha, que será afilhada da menina. Um encanto de livro que aproveita a tradição oral, numa fala coloquial e familiar que pode ser facilmente absorvida pelas crianças que, mesmo não alfabetizadas, se divertirão ouvindo essa homenagem à beleza negra. Livro essencial à formação!
“– Menina bonita do laço de fita, qual é o teu segredo pra ser tão pretinha? A menina não sabia, mas inventou: – Ah, deve ser porque eu comi muita jabuticaba quando era pequenina.” (Livro sem numeração nas páginas) 
 Nas palavras de Nelson Mandela, que assina o prefácio do livro, “esta compilação oferece um punhado de histórias queridas, levemente enriquecidas com a corajosa essência da África, mas em muitas ocasiões universal em seu retrato de humanidade, criaturas e mistérios.”. Os 32 contos que compõem o livro foram selecionados pelo líder africano e expressam a diversidade cultural desse rico continente. Um mapa apresentado nas páginas iniciais mostra a origem de cada história -- da Argélia ao Zimbábue. As narrativas, herdadas de povos antigos, como san e khoi, são recontadas por diferentes autores e ilustradas por vários artistas, compondo um mosaico de cores, paisagens e personagens. Estão presentes temas como a generosidade humana, os ritos de passagem e a astúcia atribuída a alguns animais.
“O menino mais velho levantou a pesada tampa para ver o que havia dentro. A enorme serpente de sete cabeças o encarou.” (p. 75)

 Este é um conto africano sobre como os homens recuperam as histórias que estão em poder dos deuses,  ele faz parte também das “Histórias de Aranha” que os escravos traziam para a América. No caso deste conto, Ananse, o “homem-aranha” que tecia teias, procura Nyame, o Deus do céu, pedindo-lhe que dê ao homens as histórias que estão em seu poder. Nyame propõe três desafios impossíveis a Ananse – o qual os cumpre com astúcia e inteligência. Os bonitos desenhos com seus traços africanos e formas do simbolismo universal – como as espirais, o símbolo do infinito – enriquecem a história contada.
“Ananse começou a tecer uma grande teia em volta de Osebo, Mmboro e Mmoatia. Depois teceu outra teia até o céu. Foi arrastando seus tesouros, e colocou-os aos pés do Deus do Céu.” (p. 30)

 A primeira edição de O menino marrom foi escrita e ilustrada por Ziraldo em 1986. Considerado um dos mais importantes autores e ilustradores de livros destinados ao público infantil, Ziraldo completou 80 anos em 2012, acumulando prêmios e recorde de vendas. Neste livro, dois amigos – um negro e um branco, ou um “marrom” e um “cor-de-rosa” nas palavras do autor – crescem juntos, compartilhando questionamentos importantes, próprios da infância. Boa parte da narrativa gira em torno das dúvidas inicialmente científicas acerca das cores – nos lápis de cor ou no Disco de Newton – metáforas para a descoberta que os dois fazem sobre a diversidade humana, expressa não apenas na cor da pele, mas também no comportamento e nas histórias de vida de cada um. Com referências a canções e poemas de intérpretes e autores renomados, como Milton Nascimento e Carlos Drummond de Andrade, O menino marrom possibilita ao leitor uma reflexão bem-humorada, com uma pitada de lirismo, acerca da amizade e das diferenças.    
“A partir daí, porém, a história já não é mais nem do menino cor-de-rosa nem do menino marrom. Menino é como certos rios misteriosos da Amazônia que, de repente, desaparecem no meio da mata – ou no meio do mapa – e vão aparecer lá na frente, um rio muito maior, um outro rio.” (p. 30)

Este livro da arte-educadora e contadora de histórias Kiusam de Oliveira traz imagens da beleza, da história e da cultura africana que se projeta todos os dias no penteado black power da pequena e imaginativa Tayó, de 6 anos. O nome “Tayó” de origem iorubana quer dizer “da alegria” – como nos faz saber o pequeno glossário da obra. Seguindo a imagem do nome, Kiusam nos dá a vislumbrar uma personagem amorosa, alegre e ligada às formas da natureza – as quais ela reinventa em seu penteado: florzinhas, borboletinhas. É nesse contato genuíno com as origens que Tayó encontra voz para lidar com as falas preconceituosas em relação ao seu cabelo crespo. As ilustrações belíssimas de Taísa Borges que reimaginam, com cores vibrantes e traços exuberantes, as imagens fundamentais do texto, têm a sua poesia destacada pelo corte do projeto gráfico. É um livro que quer comunicar, afirmar e valorizar o lugar da negritude e do feminino.
“Bem-humorada, quando seus colegas de classe dizem que seu cabelo é ruim, ela responde: – MEU CABELO É MUITO BOM porque é fofo, lindo e cheiroso. Vocês estão com dor de cotovelo, porque não podem carregar o mundo nos cabelos como eu posso.” (p. 27)


 André Neves é escritor e ilustrador premiado -- Prêmio Jabuti, Prêmio Açorianos, dentre outros. Seu livro Obax (palavra africana que significa “flor”) surgiu de suas pesquisas sobre a África. Obax é uma menina sensível, mas de poucos amigos. Um dia vê uma chuva de flores e resolve contar a respeito, porém ninguém acredita que sua história seja verdadeira. A pequena aventureira decide, então, provar que essa chuva existe. A arte presente nas belíssimas ilustrações remete aos costumes das comunidades locais. A aridez e o colorido da África ganham leveza e delicadeza na voz e no traço de André Neves. Obax vai encantar você.
“Como poderiam chover flores onde pouco chove água?” (p. 15)
Na verdade, as princesas deste livro são seis divindades iorubanas, orixás, cujas histórias de seus poderes são recontadas como se fosse no tempo da infância delas. Essas histórias falam, em especial, de dons especiais de divindades que muitas vezes precisam se separar do grupo para poder vivê-los com integridade como é o caso de Oiá e de Olocum. E também dos que precisam de um grupo para se realizarem. Por exemplo, Iemanjá de cuja boca nasce os seres do mar e outros orixás ou Oxum cuja presença tem a magia necessária para reintegrar Ogum. Outra característica importante são os limites a serem respeitados para que o dom não cause dano a si e aos outros: a intensa luz de Ajê Xalugá e as brigas de Terra (Obatalá) e Céu (Oduduá). A contação das histórias, as cores das páginas de cada história e os elementos afrossimbólicos das bonitas ilustrações pedem ao leitor que participe da construção dos sentidos das narrativas.
“As abelhas, encantadas com a beleza de Oxum e a delicadeza com que havia feito o pedido, abriram uma fenda na colmeia e o mel começou a escorrer nas mãos de Oxum. O mel brilhante como o ouro que escorria nas mãos de Oxum era passado na boca do menino Ogum, que estava adorando toda a doçura.” (pp. 21-22
Este livro é também inspirado em outra experiência do autor quando lecionava em Kelo, no Chade. O texto e as ilustrações falam mais uma vez sobre as condições de vida precárias, naturais e repetitivas em que os chadianos vivem assim como da capacidade de se reerguerem das dificuldades. Começa com as crianças menores, entre elas Tomás, guiadas pelas maiores ao primeiro dia de aula. Por causa das fortes chuvas de verão, elas encontram a escola destruída e têm como primeira lição reconstrui-la. Os desenhos mostram as crianças aprendendo a fazer tijolos de argila e mesas de barro, a erguer paredes e forrar o telhado. Ao período de alfabetização, seguem as férias. E novamente, as chuvas e os ventos fortes desmoronam a escola. O que muda no reinício das aulas é que agora Tomás guia os menores para levantarem a escola.
“Lá dentro está fresco. Cheira a terra; cheira aos campos prontos para plantar. Tomás ajuda a trazer pequenos bancos de madeira para a classe. Todos se sentam. Este é o momento mais esperado.” (p. 16)

 Os sete novelos foi escrito para celebrar o Kwanzaa, um feriado criado nos Estados Unidos, comemorado por pessoas de ascendência africana, com base em antigas celebrações durante as colheitas. O conto se passa na tribo Axânti, em Gana, onde sete irmãos discutiam por tudo, causando grande desgosto ao pai. Com a morte do patriarca, para terem direito à herança e a permanecer na comunidade, veem-se obrigados a se unirem para transformar juntos sete novelos em ouro até o por do sol daquele dia. Cada novelo tem uma cor diferente e é insuficiente para fazer uma peça inteira. É como se com a transformação dos novelos, os sete irmãos iniciassem a tradição dos tecidos trançados feitos de diferentes cores característicos de Gana e pusessem em prática o Nguzo Saba, os sete princípios, a serem praticados no Kwanzaa. As belíssimas xilogravuras multicoloridas de Daniel Minter são consonantes às ideias do texto – chamando a atenção para o rosto dos irmãos dos quais não vemos os detalhes.
“– O pai de vocês decretou que todas as suas posses e propriedades serão divididas igualmente – disse o chefe. – Mas,primeiro, vocês terão de aprender a fazer ouro com estes novelos de fios de seda até que a lua surja na noite. Caso contrário, serão expulsos de casa como mendigos.” (Livro sem numeração nas páginas)
Lelê olha pro seu cabelo e pergunta: de onde vem tantos cachinhos? Na busca da origem de seu cabelo, de lá pra cá, Lelê descobre uma infinidade de possibilidades e beleza para seus cabelos enrolados. Um novo universo surge para a menina, encantada com tanta história. 



A história de Lelê busca valorizar os traços da cultura negra, que foram discriminados por conta de uma extensa história de racismo que, infelizmente, deixa sinais até hoje. A contação faz parte da programação especial para o mês da consciência negra, no Museu Ciência e Vida.

Além de descobrir, através dos olhos da curiosa protagonista, a riqueza que os traços culturais trazem para a sociedade, as crianças também vão criar máscaras, outro símbolo constantemente presente em etnias africanas. Cheias de significados e de beleza, as máscaras trazem mais uma possibilidade de descoberta do quanto olhar para o outro é uma aprendizagem.

Os irmãos Cosme, Damião e o pequeno e levado Doum descobrem a capoeira nos encontros com Pererê, a índia Potyra e outros seres lendários da cultura cabocla, negra e indígena. Com os gêmeos Ira e Iraê e a inseparável cobrinha, vão ao encontro do grande guerreiro Guiriri, ou Ogum Rompe Mata, capaz de ajudá-los a combater Arokô e aqueles que fizeram a Mãe Terra tremer. A batalha é árdua e a estratégia deve ser poderosa. O livro é acompanhado de um CD com a narração da história pela própria autora, os cantos de capoeira, com a participação do percussionista Dalua, um glossário e textos complementares sobre a influência da cultura africana na música.

"Amanhecer Esmeralda" conta a história de Manhã, uma menina negra e pobre que vive na periferia de uma grande cidade e está sempre para baixo porque sua vida não é nada fácil.
A história de Manhã é uma espécie de conto de fadas moderno. Mas no lugar de um sapatinho de cristal, esta "gata borralheira" ganha de presente um vestido esmeralda. E sua vida muda para sempre.
O autor Ferréz acredita que melhorar de vida depende de cada pessoa e é uma questão de auto-estima. É isso que ele tenta mostrar com a história de Manhã. Esta garotinha que andava sempre encolhida e mal arrumada ganha um vestido de presente de seu professor, faz tranças no cabelo e descobre sua beleza negra de princesa africana.
A partir daí, tudo muda em sua vida. E a mudança vira uma bola de neve: a atitude que Manhã passa a ter diante da vida, sua felicidade e sua beleza contagiam seu pai, sua mãe, seu vizinho, sua rua, sua comunidade inteira! Com pequenos gestos, todos juntos mudam a realidade da favela em que vivem.
As ilustrações do livro mostram essa mudança: do preto, branco e cinza, elas vão se tornando cada vez mais coloridas.
E você sabia que Manhã existe de verdade? Ferréz decidiu escrever o livro depois que soube, por um amigo, sobre uma menina bem pequena que era sua fã e adorava seus textos.
Este divertido livro traz uma mensagem muito importante para todas as crianças: todos somos diferentes, e por isso mesmo, especiais.
Quanto o assunto aparência surge na roda de meninos e meninas é sinal que em pouco tempo uma opinião inocente pode virar uma crítica implacável como só as crianças sabem fazer. Peso, altura, e um simples penteado fora do padrão podem causar problemas se a criança não possuir a autoestima de Cora. Cora é uma menina como as outras, que adora ir à escola e é bastante orgulhosa do seu cabelo. Ele não é liso como o das outras meninas. É crespo como o de sua Tia Vilma e sua avó. Mas talvez O cabelo de Cora não pareça tão belo para suas colegas e ela pode precisar de um empurrãozinho para aprender a amá-lo de novo e a dizer para todo mundo o quanto ele é bonito do jeito que ele é. Cora descobre que seu cabelo é a sua marca. Ela tem cabelo crespo. Você tem cabelo liso. Divirta-se com a história de Cora e faça de sua diferença sua exclusividade.
O Chico é corajoso feito um leão e tem a imaginação do tamanho de sua juba! Ele é um grande inventor de xampus que pretende solucionar as incríveis reviravoltas de suas mechas. Essa não é uma tarefa fácil e Chico não poupará nenhuma de suas mirabolantes receitas. Seus esforços o levarão a incrível descoberta de que podemos brilhar sendo quem somos: o segredo é cuidar das raízes.
Marisa é uma moça linda de uma aldeia em Moçambique. Um dia ela recebe o pedido de casamento de um Rei, mas Marisa não quer se casar, a não ser que esteja verdadeiramente apaixonada. Então, para recusar a proposta do Rei, a garota encontra uma solução!
Descendente de africanos, Kika é uma menina brasileira que volta para o continente dos seus ancestrais para visitar a Ilha de Goré. Lá ela conhece Laith, garotinho senegalês de 13 anos e guia turístico da ilha. Juntos, começam a entender a importância da história afro-brasileira para ajudar na inclusão do negro e toda a sua rica cultura inserida no imaginário brasileiro.
O livro mostra, através de versos, porque é importante sermos todos diferentes. A autora fala que não basta reconhecer que as pessoas não são iguais, é preciso saber respeitar as diferenças.
O romance policial moçambicano é marcado por palavras criadas pelo próprio autor, nascido no país onde se passa a trama. A história conta sobre o violento colonialismo em Moçambique e a superação do país a partir dessa cicatriz histórica.
A história se passa na África, mais precisamente no Egito. O pequeno Tatu é neto de um escriba. A convivência com o avô permitirá ao menino aprender cálculos, a ter contato com tradições mais antigas de seu país e a se preparar para também ser um escriba um dia.