terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Nas Ondas dos Cabelos Dela - Documentário

Este documentário busca uma reflexão sobre como julgamos ou como definimos os cabelos negros, conhecidos popularmente como afro, crespos, cacheados ou ondulados. 
O que nos leva a crer que são cabelos ruins? Em que momento de nossa educação familiar nos deparamos com dificuldades? A mídia é a principal responsável pelo modelo de beleza ideal? 
Em uma sequência muito interessante os entrevistados respondem suas opiniões, que ao decorrer do documentário, consegue-se identificar vários fatores responsáveis pelo preconceito capilar, ou melhor, racial. 
Assista e tire suas conclusões. Antes de concluir, responda:
- Cite 3 atrizes com o cabelo crespo.

Entrevistados:
Ana Paula Lacerda | Thaynara Marçal | Nathália | Nary Farias | Yasmin Souza | Edvanilson Guimarães | Gustavo Ribas | Gabriel Rodrigues | Rinaldo Souza | João Carlos

Roteiro, Edição, Produção e Filmagens: Jouber Nabor

Estética e Cabelos Cacheados e Crespos: Espelho, Espelho Meu!

"Através de depoimentos, o documentário "Espelho, espelho meu", produzido por Elton Martins, aborda representações afro-estéticas no período juvenil. Mães, crianças e adolescentes: todos falam um pouco de suas experiências com os seus cabelos e sobre suas escolhas pessoais. Além disso, o vídeo conta com a participação do historiador Antônio Cosme que norteia o tema ao destrinchar o processo de construção de identidade. 

O historiador fala, também, que a realidade é quase o oposto do que deveria ser. Ele explica as expressões identitárias atuais e as define como consequências da alteridade, da relação étnica-racial brasileira. 
Depoimentos de adultos (homens e mulheres), adolescentes e crianças são usados no documentário como confirmações do que fala o historiador. 

O vídeo tem logo na introdução uma mulher negra se produzindo em frente ao espelho, com música de fundo. Em seguida, Antônio Cosme abre o documentário com o primeiro depoimento. A fotografia faz jus a temática: apresenta pessoas que usam cabelo no estilo "black power" ou com trança enfeitadas, por exemplo, em contraponto a cultura reinante do cabelo liso. Músicas também são inclusas: algumas instrumentais e outras cujas letras coincidem com o assunto do doc."

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Ecos da Escravidão - Caminhos da Reportagem

Publicado em 14 de mai de 2015
Fosse nos engenhos de açúcar, nas lavouras de café ou na mineração, o serviço pesado estava nas mãos dos cativos.  Caminhos da Reportagem traça o longo e difícil caminho do cativeiro à abolição, a luta pela liberdade, as formas de alforria, os principais abolicionistas. Ainda analisa uma polêmica: é possível ou não reparar os males deixados à população negra por anos e anos de trabalho escravo?


http://tvbrasil.ebc.com.br/caminhosda...

Caminhos da Reportagem: Racismo na Escola

Quando a falta de respeito e o preconceito estão presentes na educação.

Neomísia Silvestre, jornalista, adora seus cabelos crespos e cor-de-rosa. Mas ainda ouve críticas no meio da rua.
Thaiane Almeida, produtora de moda, exibe um coque de tranças, descolorido, cheio de estilo. Também não passa despercebida quando circula na cidade.
O cabelo é só um acessório que leva alunos e professores a sofrer preconceito.
Juarez de Paula Xavier, professor universitário que foi chamado de "macaco" em pichação na Unesp (Bauru - SP)Juarez de Paula Xavier, professor universitário que foi chamado de "macaco" em pichação na Unesp (Bauru - SP)Caminhos da Reportagem apresenta demonstrações de racismo entre os muros da escola. Nas salas da educação infantil à universidade, o programa mostra que a cor da pele ainda é alvo de agressão e desrespeito.
Já parou para pensar que a história dos africanos não é só a escravidão? A lei 10.639 obriga o ensino sobre história e cultura afro-brasileira. Mas a grande maioria dos livros e escolas prioriza a história dos europeus e americanos, deixando à população africana o já conhecido lugar da invisibilidade.
Roteiro e Reportagem: Luana Ibelli 
Produção: Aline Beckstein, Luana Ibelli Thaís Rosa
Estagiários de produção: Allan Correia eMonique Amorim
Imagem: João Marcos Barboza
Edição de imagens: Jéssica Saccól Rodger Kenzo
Direção: Bianca Vasconcellos

Aos 8 anos, Lucas foi chamado pela direção da escola. A diretora queria saber se o garoto gostava do cabelo que ele orgulhosamente apresentava: tipo black power.

Roteiro e Reportagem: Luana Ibelli 
Produção: Aline Beckstein, Luana Ibelli Thaís Rosa
Estagiários de produção: Allan Correia eMonique Amorim
Imagem: João Marcos Barboza
Edição de imagens: Jéssica Saccól Rodger Kenzo
Direção: Bianca Vasconcellos
Fonte: http://tvbrasil.ebc.com.br/caminhosdareportagem/episodio/racismo-na-escola#media-youtube-1 

domingo, 22 de novembro de 2015

Racismo reverso:Não existe racismo de negros contra brancos porque este é um sistema de opressão. Negros não possuem poder institucional para serem racistas.

FALAR EM RACISMO REVERSO É COMO ACREDITAR EM UNICÓRNIO
                                                                                                             Por Djamila Ribeiro
   
          Em quase todas as discussões sobre racismo, aparece alguém para dizer que já sofreu racismo por ser branco ou que conhece um amigo que sim. Pessoa, esse texto é para você.
          Não existe racismo de negros contra brancos ou, como gostam de chamar, o tão famigerado racismo reverso. Primeiro, é necessário se ater aos conceitos. Racismo é um sistema de opressão e, para haver racismo, deve haver relações de poder. Negros não possuem poder institucional para serem racistas. A população negra sofre um histórico de opressão e violência que a exclui.
          Para haver racismo reverso, deveria ter existido navios branqueiros, escravização por mais de 300 anos da população branca, negação de direitos a essa população. Brancos são mortos por serem brancos? São seguidos por seguranças em lojas? Qual é a cor da maioria dos atores, atrizes e apresentadores de TV? Dos diretores de novelas? Qual é a cor da maioria dos universitários? Quem são os donos dos meios de produção? Há uma hegemonia branca criada pelo racismo que confere privilégios sociais a um grupo em detrimento de outro.
          Em agosto deste ano, Danilo Gentili quis comparar o fato de ser chamado de palmito com o fato de um negro ser chamado de carvão. E disse ser vítima de racismo, mostrando o quanto ignora o conceito. Ser chamado de palmito pode até ser chato e de mau gosto, mas racismo não é. A estética branca não é estigmatizada. Ao contrário, é a que é colocada como bela, como padrão. Danilo Gentili cresceu num País onde pessoas como ele estão em maioria na mídia, ele desde sempre pôde se reconhecer. Pode até ser chato, mas ele não é discriminado por isso. Que poder tem uma pessoa negra de influenciar a vida dele por chamá-lo de palmito? Nenhum.             Agora, um jovem negro pode ser morto por ser negro, eu posso não ser contratada por uma empresa porque eu sou negra, ter mais dificuldades para ter acesso à universidade por conta do racismo estrutural. Isso sim tem poder de influenciar minha vida. Racismo vai além de ofensas, é um sistema que nos nega direitos.
          Gentili com esse discurso de falsa simetria só mostra o quanto precisa estudar mais. Não se pode comparar situações radicalmente diferentes. Quantas vezes esse ser foi impedido de entrar em algum lugar por que é branco? Em contrapartida, a população negra tem suas escolhas limitadas. Crianças negras crescem sem auto-estima porque não se veem na TV, nos livros didáticos. Mesmo raciocínio se aplica às loiras que são vítimas de piadas de mau gosto ao serem associadas à burrice.
          É óbvio que se trata de preconceito dizer que loiras são burras e isso deve ser combatido. Mas não existe uma ideologia de ódio em relação às mulheres loiras, elas não deixaram de ser a maioria das apresentadoras de TV, das estrelas de cinema, das capas de revistas por causa disso. Não são barradas em estabelecimentos por serem brancas e loiras. Sofrem com a opressão machista, sim, mas não são discriminadas por serem brancas porque o grupo racial a que fazem parte é o grupo que está no poder. Há que se fazer a diferenciação aqui entre sofrimento e opressão. Sofrer, todos sofrem, faz parte da condição humana, mas opressão é quando um grupo detém privilégios em detrimento de outro. Ser chamado de palmito é ruim e pode machucar, mas não impede que a pessoa desfrute de um lugar privilegiado na sociedade, não causa sofrimento social.
          Uma amiga, na infância, uma vez, não deixou que eu e meus irmãos entrássemos na sua festa, apesar de nos ter convidado, porque seu tio não gostava de negros. E nos servia na calçada da casa dela até que, indignados, fomos embora. Alguma pessoa branca já passou por isso exclusivamente por ser branca?
Muitas vezes o que pode ocorrer é um modo de defesa, algumas pessoas negras, cansadas de sofrer racismo, agem de modo a rejeitar de modo direto a branquitude, mas isso é uma reação à opressão e também não configura racismo. Eu posso fazer uma careta e chamar alguém de branquela. A pessoa fica triste, mas que poder social essa minha atitude tem? Agora, ser xingada por ser negra é mais um elemento do racismo instituído que, além de me ofender, me nega espaço e limita minhas escolhas. Vestir nossa pele e ter empatia por nossas dores, a maioria não quer. Melhor fingir-se de vítima numa situação onde se é o algoz. Esse discursinho barato de “brancofobia” quando a população branca é a que está nos espaços de poder faz Dandara se remexer no túmulo.
          Não se pode confundir racismo com preconceito e com má educação. É errado xingar alguém, óbvio, ser chamado de palmito é feio e bobo, mas racismo não é. Para haver racismo, deve haver relação de poder, e a população negra não é a que está no poder. Acreditar em racismo reverso é mais um modo de mascarar esse racismo perverso em que vivemos. É a mesma coisa que acreditar em unicórnios, só que acreditar em cavalos com chifres não causa mal algum e não perpetua a desigualdade.
          Esse vídeo de Aamer Rahman explica muito bem:

Geledés http://www.geledes.org.br/falar-em-racismo-reverso-e-como-acreditar-em-unicornios/#ixzz3sEkl2GYd 

Carolina de Jesus: uma mulher reflexiva, crítica e poética




sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Menina do Cabelo Crespo, letra e música de Marcelo Serralva

Nessa música para crianças, Marcelo Serralva ressalta a beleza dos cabelos crespos. A única ressalva que fazemos é em relação ao uso do termo "armado", no refrão: "Cabelo encaracolado / Cabelo crespo e 'armado' / O seu cabelo / é tão lindo enrolado". Isso porque a palavra "armado" tem uma conotação pejorativa. Mais adequado é substituí-la por "volumoso". Fica a dica.